quarta-feira, 1 de dezembro de 2010


fotografia tirada hoje (dia 1 de Dezembro de 2010)


Estamos em pleno Inverno do ano de 1961, França.
São 7h30 , vejo pessoas cheias de frio , enroladas em malhas quentes, dá-me vontade de rir pela forma como batem o dente . Vou até á cozinha e bebo um chocolate bem quente , dou comigo a pensar que mais minuto menos minuto morrerei de tédio , visto umas calças de ganga meio justas , puxo de uma camisola de lã cinzenta e depois calço umas sapatilhas de pele castanha clara .A minha mochila chama por mim. Á medida que desço as escadas , o frio dá um ar de sua graça . Caminho em direcção a um jardim, não é um jardim qualquer , tem uma entrada de pedra em que as heras se enrolam nela , tem bancos de madeira , é um bom lugar para se namorar, ou talvez não, tem também um lugar onde nos podemos abrigar da chuva ou daqueles temporais inesperados, perto de um quiosque onde se vendem os jornais e muitos dos cigarros que alguns dos machões do meu liceu fumam , costumo ir para lá muitas vezes depois das aulas. Aos poucos o sol decide começar a iluminar a terra docemente , uma coisa bonita de ser ver e sentir . A inspiração apodera-se de mim e obriga-me a tirar da minha mala a bonita da minha Polaroid , alinho-me com as nuvens , com o raio de sol , espreito pelo orifício e só falta carregar no botão , enquanto perco segundos para tirar uma fotografia bonita , ou talvez perfeita , as minhas mãos gelam. A minha respiração faz-se notar . Carrego finalmente no botão e a Polaroid imprime instantaneamente mais uma, para a colecção de fotografias que tenho coladas na parede do meu quarto. Guardo a máquina e a imagem na mala . Adoro ver as miúdas do liceu com aquelas roupas e as mulheres mais velhas tão bem apresentadas. Estes momentos são bons para me fazer pensar nas coisas , aproveito e tiro da mala um caderno de capa rija , preto , de linhas , abro-o e escrevo, quero dizer o quanto te amo, o meu peito aquece o resto do corpo. Inconscientemente espero por ti , o destino marca uma hora só para nós , todos os relógios do mundo param , as pessoas ficam petrificadas , um arrepio na espinha dá – me o primeiro sinal, o meu olhar sobe lentamente , o raio de sol quase me cega , ficamos frente a frente e eu deixo-me levar pelo teu encanto e quase “dançamos” com o palpitar dos nossos corações ( ou talvez seja só o meu coração que palpita ) . Os nossos lábios nunca se tocam.
- Eu não posso fazer isto !. e dou meia volta.
Puxo da minha mala e corro para longe , a vida humana volta á rotina , os relógios voltam a trabalhar. Chego a casa, dispo-me e mergulho numa banheira enorme de água quente, vou ao fundo. Quando estamos tão próximos , esta máscara quase me cai aos pés. Assim construo um muro , com quase 4 metros para não nos voltarmos a cruzar . haja o que houver.

1 comentário:

  1. esta exelente! adoro <3nao percebo como é que ainda nao tens comentários -.-
    gosto de tudo, mas o que marca mais é a ultima parte (L) continua...
    by.drik@

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